domingo, 21 de agosto de 2011

The Doors



 Um musico ou um poeta? Os dois. Assim era Jim Morrison, vocalista da banda The Doors, mais que um musico um símbolo de uma geração, um verdadeiro mito.

È isso que o diretor Oliver Stone procurou mostrar no filme The Doors, que narra à trajetória do grupo e do seu vocalista Jim Morrison.

O filme mostra Jim (Val Kilmer), um estudante de cinema da universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), admirador e escritor de poesia que tem suas ideias incompreendidas, admirador de literatura e usuário de drogas que em conjunto com o colega Ray Manzarek (Kyle lachlan) decide formar uma banda de rock após Ray ouvi-lo recitar os famosos versos “Let´s swin to the moon, let´s climb through the tide, penetrate the evening that the city sleeps to hide”. Eles decidiram então formar uma banda, Juntamente com Rob Krieger (Frank Whaley) e John Densmore (Kevin Dillon).

Para o nome da banda Jim buscou inspiração na obra “The Doors of perception” de Audous Hulex, que por sua vez se inspirou na frase de William Blake “if the doors of perception were cleansed, everything appear to man as it is, infinite” (Se as portas da percepção estivessem abertas, tudo apareceria para o homem como são infinitas.).

Esta frase sintetiza tudo que Jim estava vivendo no momento. 

Vivia perambulando pelos cantos , compondo , escrevendo poesias e principalmente abusando de álcool e drogas ao lado de sua namorada Pámela Courson (Meg Ryan), com o objetivo de alcançar um estado de pureza da mente.
 Quando desponta para o sucesso com um misto de poesia e musica presente em suas letras. O ídolo abominava a fama e a ostentação. Todavia ele literalmente enlouquecia seus fãs com o vigor e apelo sexual que obtinha no palco, mesmo contra a sua vontade. O longa mostra o jovem idealista, questionador se transformar em um ídolo e o ídolo virar um mito com sua morte precoce aos 27 anos.

Em 1991 após 20 anos de tentativas, o diretor Oliver Stone conseguiu levar para as telas um filme sobre a famosa banda dos anos 60 e seu vocalista Jim Morrison. Porém optou por fazer uma versão romanceada dos fatos, distorcendo a realidade, o que acarretou um monte de críticas dos fãs e dos integrantes dos doors por ser inverossímil. Stone retratou Morrison como um louco e Pámela como uma pessoa pura. Morrison não era santo. Mas o filme o retratou como um sociopata descontrolado chegaram a declarar os integrantes remanescentes dos doors. Pámela interpretada brilhantemente por Meg Ryan é retratada quase como uma santa, é calma, caseira, muito família e que principalmente não usa drogas. Um retrato distante do real, pois é sabido que Pámela era uma jovem reclusa, antissocial e com uma vida sexual ativa. Pámela usava drogas tanto que morreu vitima de uma overdose fatal de heroína.


O diretor peca por focar o enredo do filme exclusivamente em Jim Morrison, colocando os outros integrantes dos doors em posições pouco favoráveis dentro da narrativa, tanto que eles só aparecem para fazer “figuração de apoio”. Era mais justo se Stone fizesse um filme sobre Jim Morrison, não sobre os the doors. Certamente soaria mais honesto.



Stone apresentou uma versão estereotipada de Jim Morrison e Pámela Courson, contudo a interpretação visceral de Val Kilmer torna isso quase imperceptível. Já Meg Ryan compra a ideia do diretor e construí uma versão romantizada de Pámela Courson, e fez sua visão de Pámela com afinco e encanto, embora distante da original.  .


Oliver Stone lançou-se de todos os artifícios possíveis para tornar The Doors, um filme de sucesso, para que quando o espectador assistisse ao filme embarcasse em uma espécie de “viagem psicodélica” que não fosse possível parar antes do fim.




















quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Elefante



Bullying, um tema tão na “moda” hoje em dia, mas que existe desde que o mundo é mundo. Discriminação, exclusão, violência verbal, física e psicológica são apenas algumas formas de se praticar bullying. Eu já sofri e mentiria se falasse que não senti vontade de revidar, mas me senti incapaz e diminuído, assim acabei utilizando da autoridade escolar para resolver a questão.
Assim como aconteceu comigo, muitas das praticas de bullying ocorre no ambiente escolar. É o que retrata o filme Elefante (Elephant), escrito e dirigido por Gus Van Sant. Livremente inspirado no massacre de columbie, gus, narra este filme através da perspectiva de 10 jovens, a fase de transição da adolescência. Narra também à motivação de dois jovens Eric e Alex que sofrem bullying na escola, se sentem humilhados e planejam e executem o massacre com o intuito de se vingar.
Os jovens:
- nathan e carrie: Casal de namorados com uma suspeita de gravidez
- Elias: Jovem aspirante a fotografo
- John: Garoto com pai alcoólatra
- Eric e Alex: Dois adolescentes que sofrem bullying e como vingança cometem o massacre.
- Arcádia: adolescente lésbica que freqüenta um grupo de apoio a causa homossexual
- Britanny, Jordan e Nicolle: Garotas com distúrbios alimentares
-Benny: um estudante que pratica atletismo.
- Michelle : adolescente com problemas com a aparencia. Têm dificuldade em praticar esportes.


Gus Van Saint é um diretor com atração por temas polêmicos. Suas obras têm referencias a homossexualidade, depressão, juventude entre outros. Gus retorna ao tema da juventude com este filme, livremente inspirado no massacre de columbine, formando a “death trilogy”, sendo “elefante” o segundo da trilogia, e o terceiro “Last days”, os três baseados em fatos reais.


Elefante é um filme de temática densa e tem a marca “Gus van Saint” dessa vez se baseando no massacre de columbine, Gus realiza um paradoxo da juventude e da violência presente nas escolas.

A direção de Gus confere ao filme uma atmosfera dinâmica. A montagem paralela utilizada no filme permite que acompanhamos a perspectiva de diferentes personagens ao mesmo tempo. Alias cada vez que o ponto de vista de um novo personagem é apresentado, a tela fica preta e com o nome do personagem do qual acompanharemos o ponto de vista. O elenco aliás é um show a parte, a maioria deles em seu primeiro trabalho no cinema. A falta de experiência do elenco jovem conferiu ao filme uma interpretação mais realista, Todos estão bem em seus respectivos papeis, mas do elenco destaco John Robinson (John, o garoto com pai alcoólatra), Kristen Hicks (Michelle, a nerd que tem problemas com a aparência e dificuldade em praticar esportes, Alex (Alex Frost, um dos jovens que sofrem bullying, planejam e executa o massacre) e Eric (Eric Duelen, o outro assassino que sofre bullying, planeja e executa o massacre como vingança.



Só uma coisa me incomodou no filme: O uso excessivo de Flashbacks. Não há necessidade de tantos flashbacks para evidenciar o que virá a seguir e criar tensão dramática. E o que é pior: 4 flashbacks da mesma cena. Totalmente desnecessário. Mas fora esse pequeno deslize, Elefante é um grande filme, que vale a pena ser visto e re-visto muitas vezes.
Ah, uma informação Importante : Elefante ganhou a Palme d´Or (Palma de Ouro) de melhor filme no festival de Cannes em 2003.







sábado, 6 de agosto de 2011

Assalto ao Banco Central


Em 2005 164,7 milhões foram roubados do banco central de fortaleza de uma maneira, no mínimo impressionante. Em uma operação cuidadosamente planejada, Não dispararam tiros, nem alarmes. Ao contrario, cavaram um túnel sobre o banco e roubaram sem serem vistos. O assalto foi considerado cinematográfico e não é pra menos que o fato seja adaptado para o cinema.
Foi o que fez o diretor marcos Paulo em sua primeira experiência como diretor de cinema, ao reproduzir neste filme de ficção baseado em fatos reais, aquele que foi considerado o maior assalto a banco do século. O filme tem argumento de Antonia Fontenelle (que faz uma ponta no estilo “pisca o olho você perde”) e com roteiro de René Belmonte.
A historia começa quando barão (Milhem cortaz) e sua companheira Carla (Hermila Guedes) reúnem um grupo com o objeto de assaltar o banco central de fortaleza. O grupo composto essencialmente por barão, Carla, Léo (Heitor Martinez), e Mineiro (Eriberto Leão). O grupo se esconde na fachada de “empresa de grama sintética”, desta maneira intrigando a policia
O diretor Marcos Paulo (em sua primeira experiência cinematográfica), fez questão de ressaltar que o filme é uma obra de ficção baseado em fatos reais, desta forma se exime de qualquer comparação dos personagens com os criminosos reais, a única semelhança é a função dos personagens dentro do bando.
Com ares de superprodução e com elenco estrelar o filme derrapa já em seus primeiros momentos, onde fica claro o seu argumento inconsistente, afetando, portanto o seu roteiro. Mas nem tudo no filme é ruim, o elenco é extremamente competente com destaque para Milhem Cortaz, que interpreta o chefe do bando com naturalidade e sem caricaturas, construindo um cara ardiloso, um verdadeiro psicopata. Hermila Guedes constrói Carla com uma interpretação cuidadosa, lapidada, o que resulta na interpretação da perfeita “mulher de bandido”, uma verdadeira “bitch”. Eriberto Leão é outra grata surpresa como o bandido Mineiro, embora demore um pouco para encontrar o tom de seu personagem, mas quando isso ocorre vimos um mineiro carismático, articulador e sedutor na medida certa. O que confirma o que eu já sabia: Eriberto é um dos melhores e mais versáteis atores que temos atualmente.
A direção de Marcos Paulo deixa claro a influência televisiva em sua obra. Um grande erro do diretor é o uso excessivo de flashbacks e flashsorwards na montagem, desta forma impedindo que o filme alcance tensão dramática.
A sucessão rápida de planos é prejudicial para a narrativa do filme, pois faz que os telespectadores fiquem “divididos” com a falta de foco na narrativa apresentada.
A montagem como eu já disse é sem duvida o maior erro do filme. Marcos Paulo optou por utilizar montagem paralela (quando ocorrem planos alternados), porém o diretor fez mal uso do estilo de montagem escolhido, pois quando ocorre à sucessão de planos é justamente nas cenas de maior tensão dramática, o que quebra a narrativa do filme, deixando os telespectadores sem entender o que se passa e impede que o filme atinja o clímax.
Outro deslize é o uso de clichês no roteiro (Desde quando para demonstrar a personalidade manipuladora de um personagem é necessário colocá-lo jogando xadrez com caras e bocas no estilo “Rei do crime”)?
Voltando ao elenco não posso esquecer de ressaltar o trabalho de Heitor Martinez, como o violento Léo. Por outro lado o filme desperdiça ótimos atores como Cadu Fávero, Fabio Lago e Gero Camilo por exemplo.
Analisando o filme como um todo, “Assalto ao banco central” acumula tanto pontos positivos quanto negativos. A idéia da realização deste tipo de filme pode ser considerada um respiro na atual produção cinematográfica brasileira, que em sua grande maioria aposta em filmes policiais e suspense com violência explicita e gratuita, talvez inspirado pelo enorme sucesso de “Tropa de Elite”, pois apesar de explorar o mesmo filão segue um caminho completamente diferente. O elenco é outro ponto forte no filme. Reúne vários atores talentosos, é uma pena que alguns deles tenham seu talento desperdiçando.
Dos pontos negativos posso ressaltar principalmente a montagem e o roteiro. A montagem impede que o telespectador crie uma identificação com o filme. Este foi o principal erro do diretor Marcos Paulo em sua estréia na direção cinematográfica. Na tentativa de realizar um “blockbuster” e agradar as massas, ele tentou criar um filme dinâmico, mas Marcos Paulo dá “Um tiro no Próprio Pé” ao eliminar as cenas de suspense justamente quando se pode atingir o clímax. Quanto ao roteiro não preciso dizer muito. apenas que é uma sucessão de clichês sem tamanho que claro são conseqüência de seu argumento inconsistente.
Assalto ao Banco Central é um filme que poderia render muito mais do que rendeu (e ainda rende, pois ainda está em cartaz) se fosse melhor trabalhado e se seu diretor Marcos Paulo tivesse mais experiência. Na minha modesta opinião marcos não deveria ter dirigido um filme de grande porte como esse logo em seu primeiro filme como diretor. Pois dirigir um filme como esse requer experiência, o que obviamente ele ainda não tem. Outro erro do diretor é que ele deixou os vícios provenientes do seu trabalho na televisão interferirem na direção do longa. Mas seremos justos: 1) Marcos Paulo é um grande diretor de atores. 2) A estética utilizada no filme é perfeita. É realmente digno de uma superprodução.
O maior mérito de “Assalto” talvez seja mostrar que o Brasil tem sim competência de realizar uma grande produção. Este é apenas o primeiro filme de Marcos Paulo e até aqui ele contabiliza erros e acertos na mesma medida. Confesso que sai do cinema querendo mais , não completamente satisfeito. Espero pelos próximos capítulos.
Obs: A crítica foi refeita com objetivo de ser apresentada como atividade na universidade onde estudo Cinema.