sexta-feira, 25 de maio de 2012

Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hills




 

Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hills é um documentário, dirigido por Joe Berlinger e  Bruce Sinofsky sobre o caso West Memphis three, em que três adolescentes foram acusados de assassinato de três crianças Stevie Edward Branch, Christopher Byers e Michael Moore. Realmente um crime bárbaro.
Foram apontados três adolescentes como suspeitos Damien Echols (na época com 18 anos), Jason Baldwin (na época com 16 anos) e Jessie Misskelley, Jr (na época com 17 anos).
O documentário detalha o crime (inclusive mostrando a cena do crime) e nesse momento lança mão da imparcialidade: exibe depoimentos tanto dos acusados e de suas respectivas famílias, quanto das famílias dos jovens assassinados.
Com registros precisos da cobertura jornalística do caso na época, além de muitos outros momentos emocionantes como a reação das famílias, o encontro de mães que tiveram seus filhos assassinados e as entrevistas com os acusados na prisão enquanto aguardavam julgamento (a de jessie especialmente me emocionou muito, talvez pela sua aparente inocência.).
Após esse primeiro ato, o documentário foca no julgamento e nos seus desdobramentos (reunião da equipe de defesa entrevistas com psicólogos, cientistas forenses, além da já citada ampla cobertura jornalística do caso). A partir desse momento, o documentário faz uso da montagem paralela, até o final do filme, sobretudo para a sobreposição de cenas do julgamento /encontro dos advogados e psicólogos.
Em minha opinião, o documentário em alguns momentos (sobretudo durante o julgamento) foca única e exclusivamente na figura de Damien Echols, talvez por ele ter sido considerado o mentor do crime, desta maneira colocando Jason Baldwin e Jessie Misskelly jr em segundo plano.
Damien, Jason e Jessie foram condenados por 18 anos sob alegações falhas, contudo o caso chamou a atenção da mídia e foi possibilitando a realização de exames de DNA através do fundo de defesa criado em prol do caso. A realização do DNA atestou a inocência de Damien, Jason e Jessie, sendo assim eles firmaram um “acordo” com a promotoria e foram libertados.
Ainda sim, fica a pergunta: Por quanto tempo teremos que sofrer com a justiça obsoleta e até quando será mais importante apontar um culpado (a) para finalizar logo o caso em vez de buscar pela verdade?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

2 Coelhos





 




Primeiro longa-metragem de Afonso Poyart inova ao utilizar elementos visuais em um filme de ação tipicamente brasileiro com um desfecho surpreendente.

 

Após aparentemente ter perdido sua mulher e filhas em um acidente, ser julgado por isso e condenado, Edgar (Fernando Alves pinto), retorna ao Brasil após passar um tempo em Miami com um plano para desarticular a corrupção brasileira. No meio desse processo ele se envolve com Julia (Alessandra Negrini), que se torna sua aliada. Infelizmente nem tudo sai como o esperado.

 

Afonso Poyart resolveu inovar em seu primeiro longa. Construiu um enredo de suspense e ação que se diferem dos produzidos atualmente no Brasil e também não seguem a estética hollywoodiana. 2 coelhos têm estilo próprio e o diretor Afonso Poyart utiliza referencias visuais na obra, instituindo ao filme uma estética diferenciada.

 

Lançando mão de elementos de animação, entre outros elementos gráficos, Poyart construiu um roteiro não linear e narrativo em flashback com um enredo forte e a sucessão rápida de planos, o que da ao filme uma dinâmica interessante.

O roteiro também escrito por Afonso Poyart construído de forma não linear e narrativa em flashback evidencia uma aparente quebra de continuidade na narrativa. Fato este que aliado à direção ágil que imprime ao longa resulta em um filme reflexivo com diversos sub-plots que se interligam entre si em um dado momento do longa. Poyart utiliza-se da montagem paralela para englobar os diversos sub-plots que o filme apresenta.

 

O enredo ágil e dinâmico como já dito acima, usa e abusa de palavras de baixo calão em seus diálogos e de situações em que faz uma leve sátira ao próprio cinema atual, seja ele brasileiro ou não. Com diversos enredos que se entrelaçam entre si.

A sucessão rápida de planos se encaixa perfeitamente no enredo contribuindo para os já citados dinamismo e agilidade presentes no longa. Além disso, o roteiro diferenciado e a montagem fazem o filme tomar a forma que possui.

 

O narrador over se faz presente no filme através dos pensamentos do personagem Edgar (Fernando Alves Pinto) que acaba por interligar o enredo ao espectador.

 

No elenco (que estão todos em atuações potentes), destaca-se Fernando Alves Pinto (Edgar), um papel particularmente difícil devido aos malabarismos do roteiro.

 

Alessandra Negrini também se destaca como a promotora pública Julia.

Caco Ciocler se sobressai na trama (sobretudo no terceiro e ultimo ato). Também se destacam Marat Descartes, o bandido Maicon, Neco Villa Lobos como o advogado picareta Henrique, marido de Julia (Alessandra Negrini) e Roberto Marchese como o deputado federal Jader.

 

 

O resultado de 2 Coelhos é extremamente positivo. Afonso Poyart bebeu de todas as fontes possíveis e mesmo assim conseguiu imprimir a sua marca em seu longa de estreia. O filme possuiu uma crítica à política subtendida no seu enredo. 2 coelhos é uma grata supressa no atual cenário do cinema brasileiro, inovando pela maneira de trabalhar elementos já utilizados anteriormente.

 


 



domingo, 13 de maio de 2012

Crítica; Antoine e Colette






Em 1962, François Truffaut deu prosseguimento as historias do seu alter-ego de “os incompreendidos, Antoine Doinel no curta” Antoine e colette”, parte de uma série de curtas sobre amor na juventude chamada” amor aos vinte anos” (L'amour à vingt ans).


                  

O filme segue os acontecimentos após o fim de os incompreendidos , onde é explicado que Antoine (Jean-Pierre Léaud) foi recapturado e enviado para outro centro de delinquencia juvenil até ter idade para ser independente,hoje antoine tem 17 anos, vive sozinho e trabalha em uma gravadora.



Antonie continua contando com a amizade inseparavel de René (Patrick Auffay) , seu amigo de infancia. Antoine se apaixona pela jovem colette (Marie-France Pisier) , mas não consegue nada além do que amizade dos pais da moça ,sendo constantemente preterido por colette.



Truffaut retomou as historias de Antoine dessa vez nessa série de curtas sobre relacionamentos na juventude.  Utilizando a figura do narrador em “Off”, Truffaut responde a inevitável pergunta: o que terá acontecido a Antoine dos seus 14,15 anos (período retratado em os incompreendidos), até os seus atuais 17 anos.

 Lançando mão da sua já conhecida sensibilidade, François Truffaut dirige este curta com atenção especial nos personagens, munindo eles de uma riqueza de detalhes impressionante.

A direção de François Truffaut inspira sensibilidade, como já dito anteriormente, alternando planos curtos e longos. Desta forma Truffaut ambienta o telespectador e chama atenção para as mudanças de Antoine doinel, agora mais velho, mas nem por isso é estável emocionalmente.

A trilha sonora, outro elemento importante e já conhecido dos filmes de Truffaut, exerce neste filme a função de ambientação do espectador, além de potencializar a intensidade dramática dos personagens e do enredo.

Quanto ao elenco, Jean-Pierre Léaud, mais uma vez botou o espectador na palma da sua mão, tal como fez em os incompreendidos. Jean soube fazer a transição do personagem com graça e beleza, mantendo o ar de inocência e ingenuidade que o personagem exige.

Patrick Auffay retorna como René, o inseparável amigo de Antoine. Patrick ganha mais destaque neste filme e deixa claro o crescimento físico e emocional de seu personagem com uma interpretação sutil e marcante. Contudo é Marie-France Pisier, a grande supressa deste filme. Marie-France deu a colette os elementos necessários para marcar a ambiguidade de sua personagem: de um lado, uma jovem romântica e elegante, de outro, firme e decidida.
O filme, belo ao mesmo tempo intenso e cativante, reafirma o potencial de Truffaut de contar grandes historias, além de deixar claro o seu estilo pessoal de filmar e também prova a intensa capacidade dramática do personagem Antoine doinel (se é que alguém duvidava). Só é uma pena que seja tão curto, pois “Antoine e collete possui potencial para ser um longa-metragem com certeza, ainda bem que temos mais três filmes com o personagem: Beijos Proibidos,Domicilio Conjugal e Amor em Fuga.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Paraisos Artificiais





Paraísos artificiais foca em um tema muito discutido sempre, mas que atualmente tem recebido atenção especial no cinema nacional atualmente: As drogas. E o foco dado ao tema acontece das mais variadas formas. No longa de marcos prado, o foco dado é o da relação jovens-drogas, tendo como palco o universo da musica eletrônica.







O filme aborda a vida de três jovens: o jovem Nando (Luca Bianchi), envolvido com o trafico internacional de entorpecentes, a DJ Erika, uma jovem mãe solteira e Lara (Lívia de Bueno), amiga de Erika com quem acaba tendo uma relação que transcende os limites da amizade.







Constituído em flashbacks, o filme possui um prólogo que mostra o que ocorreu dois anos antes do tempo fílmico-quando o filme inicia de fato. Nele é mostrado Nando (Luca Bianchi) saindo da prisão onde cumpriu pena por trafico internacional de entorpecentes e Erika (Nathalia Dill) como uma DJ de relativo sucesso e jovem mãe solteira.







Já no tempo corrente é mostrado o encontro dos personagens Erika, Nando, Lara e Patrick (Bernardo Mello Barreto) em um festival de musica no nordeste brasileiro. Nando preocupa a mãe Márcia (Divana Brandão) e o irmão Lipe (César Cardadeiro) com seus negócios escusos.







A narrativa do filme é feita de maneira diferente: em modo flashback, o que causa certo estranhamento no inicio, mas é um dos seus grandes acertos depois que você compreende o enredo. Com suas idas e vindas no tempo, com um frequente uso de flashbacks para evidenciar o ponto de vista dos personagens, sendo que cada um trás contribuições importantes ao enredo.



O enredo provocador é mérito da direção dinâmica de Marcos Prado e do roteiro de Cristiano Gualda, Pablo Padilla, além do próprio Marcos Prado. A opção de começar o filme pelo final com um frequente uso de flashbacks com uso de montagem paralela para englobar os mais diversos núcleos dramáticos, de modo descresente até chegar ao clímax final.



A montagem paralela, frequentemente utilizada em todo o filme fica evidente nas cenas dos efeitos do uso de ecstasy. Enquanto Erika (Natalia Dill) vive os picos de excitação da droga durante uma cena de sexo (cenas de sexo alias são frequentes em todo o filme, muito bem cuidadas sem nunca pesar a mão, mais um mérito para Prado), Lara (Lívia de Bueno) vive os efeitos devastadores do uso dos entorpecentes.







O diretor Marcos Prado dirige o filme de modo que se monte um quebra-cabeça na mente de quem assiste: é preciso ficar atento a todas as manobras do roteiro e da direção para não ficar perdido.



A trilha sonora é um elemento essencial no filme e não decepciona, trazendo variados estilos de musicas dentro da cena eletrônica, condizente com o universo ficcional do filme.







A fotografia a cargo de Lula carvalho acompanha a vibe do filme utilizando de planos gerais e cores vivas e vibrantes em suas lentes, mas a fotografia fica desfocada em alguns momentos como nas cenas de transe das personagens Erika (Nathalia Dill) e Lara (Lívia de Bueno), porém isso é proposital já que a cena pede esse desfoque. Importante salientar também, o jogo de luzes utilizado por carvalho nas cenas da rave.







O elenco possui muitos destaques, a começar por Nathalia Dill, neste que arrisco dizer é o papel mais ousado da sua carreira até agora. Ela trabalhou bem as diversas nuances da sua personagem: De um lado uma jovem mãe de família, de outro a DJ descolada e liberal.



Lívia de Bueno impressiona pela veracidade que deu a jovem Lara. Bernardo Mello Barreto se destaca como Patrick, sua presença é sempre marcante nas cenas das quais participa, sem, entretanto ofuscar os demais atores. Roney Villela marca presença como o hippie Mark, responsável pela viagem psicodélica das protagonistas. César Cardadeiro como o jovem Lipe, irmão de Nando (Luca Bianchi) é outro que tem merecido destaque, sobretudo no terceiro e ultimo ato, quando seu papel, ganha maior intensidade dramática. Porém é Luca Bianchi quem tem o maior destaque já que o seu personagem é o que apresenta maior curva dramática e ele se mantém sempre com uma interpretação excelente.







Paraísos artificiais é uma grata supressa no universo cinematográfico brasileiro. Com uma direção, roteiro e elenco afinados. Não é didático e em nenhum momento procura passar uma lição. Pelo contrario, apoia-se apenas em intensos personagens para contar uma historia comovente, além disso, revela-se um painel realista da juventude.























  


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fahrenheit 451





















Em seu primeiro filme em língua inglesa, François Truffaut fez uma leve crítica à maneira de como o governo trata as questões da educação e da cultura-ainda que nas entrelinhas. O resultado é outro filme poético do diretor.









Em uma época futura, os livros e toda a forma de escrita são proibidos pelo governo que adota um regime totalitário. Os livros e a escrita são proibidos pelo governo sob o argumento de que estes hábitos fazem as pessoas entrarem em contato com sentimentos ruins. Além disso, os livros segundo o governo torna-se um vicio fazendo as pessoas improdutivas. Para combater as infrações a esta lei, existe um corpo de bombeiros responsável por queimar toda a forma de escrita existente. Porém um destes bombeiros, Guy Montag (Oskar Werner) conhece uma linda e simpática professora, Clarisse (Julie Christie), que o leva a questionar o sistema e a adquirir o habito da leitura. Assim Guy entra em conflito com a corporação e principalmente com a esposa Linda (Julie Christie).














Em seu primeiro (e único) trabalho em língua inglesa, François Truffaut adaptou o romance futurista de Ray Bradbury. Fahrenheit 451 foi também o primeiro filme colorido do diretor, elemento bem utilizado no filme. Com seus planos longos e a belíssima musica incidental, Truffaut e os roteiristas Jean-Louis Richard, David Rudkin e Helen Scott centralizaram a trama em poucos personagens: o bombeiro Guy Montag, sua esposa Linda, a professora Clarisse (ambas interpretadas por Julie Christie) e o capitão do corpo de bombeiros (Cyril Cusack).














Com planos longos, uma característica marcante dos filmes de François Truffaut, excessivos flashbacks e uma narrativa linear lenta, utilizada propositalmente. Truffaut utiliza com frequência o movimento de câmera panorâmica, já que o propósito do filme é “acompanhar o personagem”, neste caso Guy Montag (Oskar Werner).



















A direção de François Truffaut é repleta de sensibilidade e delicadeza, Truffaut utiliza dos elementos de linguagem e de uma atmosfera pessimista para recriar o mundo futurista presente na narrativa. Truffaut como já era de se esperar fez uma primorosa direção de atores (talvez esse seja o motivo do elenco ser tão enxuto.).



















Como o filme é centrado principalmente no personagem Guy (Oskar Werner) ele é a figura do narrador “In” presente no filme.









A fotografia a cargo de Nicolas Roeg usou e abusou de cores vivas e bem vibrantes. Inclusive para enfatizar este marco na cinematografia de François Truffaut: seu primeiro filme em cores. Uma pena que às vezes os tons utilizados em algumas cenas destoem do resto do filme.











Fora este pequeno percalço, Fahrenheit 451 é um deleite para aqueles que têm a sensibilidade aguçada, é um trabalho que da ênfase as particularidades humanas (marca recorrente do diretor). François Truffaut também faz uma ode à importância da cultura e uma leve critica aos sistemas educacionais impostos pelo governo-ainda que nas entrelinhas. O resultado é outro filme poético do diretor.






Ps: Na ultima cena o ator Oskar Werner após se desentender com o diretor François Truffaut , pintou o cabelo para causar um erro proposital de contiunidade.




























domingo, 6 de maio de 2012

Crítica : O diário de um jornalista Bêbado




Novamente Johnny Depp encarna um personagem de uma obra de Hunter S. Thompson. Desta vez, em o diário de um jornalista bêbado, Depp interpreta Paul kemp, um jornalista idealista com uma visão um tanto romântica de seu oficio, com uma personalidade autodestrutiva que tem no álcool um grande apoio.







Paul kemp (Johnny Depp) é um jornalista nova-iorquino, que se muda para porto rico para trabalhar em um jornal local, lá é obrigado por seu editor, Lotterman (Richard Jenkins), a deixar de lado o romantismo e a ideologia de sua profissão, para trabalhar em um jornal “comercial” que luta para se manter aberto apelando para o merchandising. No meio disso tudo, Paul procura o equilíbrio na sua relação com o álcool, e pra aumentar seus problemas intermináveis, precisa administrar seu novo interesse amoroso, Chenault (Amber Heard), noiva de um empresário para quem trabalha Sanderson (Aron Eckhart), que contrata Paul com o objetivo de que ele escreva artigos “comprados” a respeito de negócios imobiliários, contrariando mais uma vez os ideais de Kemp, que demonstra sua inadequação perante o sistema e a perda de seus ideais em noite regadas a rum ao lado do amigo fotografo Bob Sala (Michael Rispoli) e do desequilibrado Moburg (Giovanni Ribisi).







Com um elenco relativamente pequeno, era de se esperar que Bruce Robinson, roteirista e diretor de o diário de um jornalista bêbado, trabalhassem melhor na construção dos personagens e na sua profundidade, mas não é isso o que acontece em “O diário de um jornalista bêbado”.



Não se engane Bruce construiu um Paul Kemp com maestria e Johnny Depp o interpretou brilhantemente, com todas as nuances do personagem e seu espírito transgressor, mas Bruce pecou em construir personagens coadjuvantes superficiais, sem as mesmas nuances que o personagem Paul tem. São personagens que não possuem complexidade, mal construídos a primeira vista.



O mesmo não acontece na direção, Bruce é competente ao criar uma narrativa ágil e dinâmica com sucessão rápida de planos e deixa implícito na tela os sentimentos de Hunter S. Thompson em seu alter-ego.



A direção de arte merece elogios por recriar a atmosfera da década de 1960 com perfeição.



Ao elenco além de Johnny Depp, destacam-se Richard Jenkins (lotterman), Michael Rispoli (Bob Sala) e Giovanni Ribisi como o atormentado Moberg.





O diário de um jornalista bêbado apresenta ao publico, um retrato de Hunter S.

Thompson ainda virginal, porém já contestador e nos ajuda a compreender porque ele faria a revolução que fez ao lançar seu livro mais famoso, “Medo e delírio em Las Vegas”.