sexta-feira, 29 de junho de 2012

Taxi Driver


Taxi Driver é um filme de 1972 dirigido por Martin Scorsese. É um dos principais filmes americanos e um dos principais  filmes do chamado american independent film .



Taxi Driver conta a historia de Travis (Robert de Niro), um ex-fuzileiro naval americano que atualmente trabalha como motorista de taxi em Nova York. Travis é uma pessoa alienada e incomodada com a “sujeira” da cidade onde vive, apesar dele já ter sido corrompido pela mesma. Ele é apaixonado por Betsy (Cybill Shepherd), relaçoes publicas de um importante politico que inicialmente nao se interessa por travis, mas resolve lhe dar uma chance ao perceber sua solidão. Porém Betsy o abandona ao perceber que ele a levou para assistir um filme pornografico (o que ele chama de filme de “amor” . Isto é um retrato da mente perturbada e pervertida de Travis.



Travis também desenvolve uma profunda ligação com Iris (Jodie Foster) , uma prostituta pré-adolescente de 12 anos que entra em seu taxi para fugir de seu cafetão Sport ( Harvey Keitel ). Travis então cria compaixão por Iris e se empenha em salva-la. Conservando assim sua pureza e inocencia ,ao contrario da dele que ja se perdeu.

Travis tambem se empenha em imprensionar Betsy para conquista-la , podendo até matar para conseguir sua atenção.

Taxi Driver é um filme extremamente importante para a historia do cinema devido ao seu realismo e por subverter todos os cliches possiveis.

Os personagens tem caracteristicas comuns a todos os seres humanos. O diretor Martin Scorsese foi brilhante em modificar o roteiro para tornar os personagens criveis. Grandes exemplos destas mudanças ficam expostos nos personagens Travis (Robert de Niro) , Iris (Jodie Foster) e Sport (Harvey Keitel) , o cafetão de Iris que era negro no roteiro original e Scorsese modificou sobre a alegação de que isso  poderia ser visto como uma apologia ao racismo. A modificação de Scorsese faz todo o sentido , pois deixa implicito que nao é a etnia e sim os valores morais que determinam o carater de uma pessoa.

Travis (Robert de Niro) é o classico anti-heroi. Ele é frustrado,solitario, consumidor de pornografia e tem um comportamento por vezes bizzaro e anti –social. Travis tambem possui uma descrença em um futuro melhor e é apolitico. Isto fica claro quando o senador Charles Palantine (Leonard Harris ) lhe pergunta quais sao suas ambiçoes politicas e Travis responde que apesar de admira-lo , nao se interessa e nao acompanha politica.

Iris (Jodie Foster) é um grande exemplo de uma personagem ambigua : apesar de ser uma prostituta precoce , está habituada a esta vida e quer continuar a ser prostituta. Iris transita entre a inocencia e a sensualidade, fato este que incomoda Travis , que cria compaixao por ela e se empenha em tira-la da “vida facil” , apesar desta negar receber ajuda.



  





quarta-feira, 20 de junho de 2012

O estilo de João Emanuel Carneiro



Estive pensando como a novela Avenida Brasil possui semelhanças muito evidentes com as outras novelas de seu autor João Emanuel carneiro, principalmente com A Favorita.



Em primeiro lugar, Avenida Brasil tem assim como teve em A Favorita, uma trama de justiça, afinal Donatella em determinado momento lutou para que Flora pagasse pelo que fez, assim como Nina /Rita e Carminha. Também as duas novelas tiveram como ponto de partida uma morte da onde saiu às motivações das vilãs: a morte de Marcelo, marido de Donatella, e a morte de Genésio, pai de Rita e foi a partir de uma mentira sobre paternidade que a historia se desenrolou. Esse fato também apareceu em Da cor do Pecado onde Barbara (Giovanna Antonelli) mentiu que o seu filho era de Paco para se apoderar da fortuna do mesmo. Também apareceu em A favorita com Flora mentindo sobre Lara.



Em A Favorita Donatella tinha um amor maternal por filhos do coração, assim como Lucinda tem por Nina e Jorginho. Também de A Favorita: Muricy odeia a então nora Monalisa, por seu jeito meio destrambelhado de ser e da força para a vilã Carminha, tal como Irene odiava donatella e apoiava Flora.



Em Da cor do Pecado, a vilã Barbara tinha um filho gordinho a quem usava para enganar Afonso, pai de Paco, assim como Carminha usa Agatha para enganar tufão.



Em cobras e Lagartos, os personagens de Herson Capri e Henri Casteli, pai e filho se odiavam, assim com Nilo e Max. E em ambas as novelas, os personagens eram vilões. Também de “Cobras”, os mesmos personagens disputavam uma mulher vivida por Tânia Khalil, situação semelhante acontecerá em Avenida Brasil quando Tufão e Jorginho começarem a disputar Nina.



Suellen personagem de Isis Valverde tem trejeitos de Manu (Emanuelle Araujo) e Maria do Céu (Deborah Secco) de a Favorita. Assim como manu, suellen se envolve com quase todo o elenco masculino e já foi implícito que suellen se prostitui tal qual as duas personagens. Além disso, é possível que suellen tenha um relacionamento com o gay Rony assim com Maria do céu e orlandinho da mesma novela.







A trama Jorginho e Carminha também lembra a historia de A Favorita , quando Lara não possuía sentimentos pela mãe biológica Flora e sim pela de criação Donatella , tal como Jorginho e Lucinda.



Dois outros exemplos importantes: em A Favorita e em Cobras e Lagartos, os vilões interpretados respectivamente por Murilo Benicio e Henri Casteli morreram assassinados, e já foi confirmado que Max interpretado por Marcello Novaes morrerá da mesma forma.



Concluindo, a maior diferença de Avenida Brasil é na sua ambientação e o fato da novela possuir um aspecto mais popular ao contrario da etilista A Favorita. João Emanuel Carneiro possui sim um estilo próprio, mas suas novelas nunca são iguais na sua essência. Elas quebram padrões arcaicos pré-estabelecidos, revolucionam o modelo de se escrever e assistir novelas e acima de tudo rompem tabus.  


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Domicilio Conjugal



Em Domicilio conjugal François Truffaut deu prosseguimento às historias de seu mais famoso personagem: O alter-ego Antoine Doinel.







Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) está casado com Christine Darbon (Claude Jade) que é professora de violino, enquanto ele trabalha tingindo flores no pátio do prédio onde moram. Porém Antoine continua o mesmo adolescente de sempre, pulando de emprego em emprego. Quando Christine engravida, a imaturidade de Antoine se evidencia e ele tem um caso com a japonesa Kyoto (Hiroko Berghauer), porém como tudo na vida de Antoine, o relacionamento também entra em declinio.







François truffaut lançou mão de todos os artificios possiveis (e bem trabalhados) para realizar um grande filme. Com a sua habitual sucessão rápida de planos , aliado a uma trilha sonora potente e sensível , aos atores mas sobretudo ao inteligente uso dos elementos de linguagem em seu roteiro(menções a obras literárias ,cinematográficas além de inserir legendas como uma forma de elipse de conteúdo , certamente uma homenagem ao cinema mudo.



A direção de François Truffaut dispensa apresentações , e mais uma vez ele surpreende. Além da sua habitual sucessão rápida de planos presente em seus filmes, Truffaut faz uso aqui da panorâmica e da montagem paralela, por exemplo, uma novidade em seu repertorio até então. Truffaut exprime neste filme suas já conhecidas sensibilidade e agilidade, além de realizar uma primorosa direção de atores.





A trilha sonora a cargo de Antoine Duhamel, parceiro frequente de Truffaut, utiliza-se de musicas instrumentais, o que engrandece a obra como um todo.

  No entanto a fotografia de Néstor Alamendros destoa do resto do filme ao adotar um granulado escuro em suas lentes. Este é o único obstáculo que Domicilio Conjugal encontra em seu caminho.



Truffaut optou por centralizar seu enredo em poucos personagens, o que deu ao seu elenco principal a chance de brilhar. Jean-Pierre Léaud mostra, mas uma vez seu talento (já virou lugar-comum elogia-lo). Claude Jade construiu uma Christine Darbon repleta de nuances e sua personagem cresce consideravelmente conforme o filme avança. Claude Jade evidenciou em sua interpretação o amadurecimento físico e emocional de Christine em contraponto ao marido Antoine (Jean-Pierre Léaud). Christine agora é uma mulher adulta responsável ao contrario da menina apaixonada de “Beijos Proibidos”.


Hiroko Berghauer (kyoto ) , o outro ponto do triangulo amoroso , dá a sua personagem presença , sensualidade e um certo magnetismo que serve muito bem para seu papel.




Assistir a um filme de François Truffaut é sempre uma experiência transformadora , uma verdadeira aula. Alia-se a isso um personagem extremamente carismático como Antoine. É uma pena que François Truffaut já faleceu e também que a saga de Antoine está perto do fim. Mas ai eu penso que o motivo de eu amar o cinema é por ele ser eterno e eu posso ver essa obra-prima sempre que quiser.