segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Anjos da Lei 2



O que você faria se tivesse a chance de voltar a vida de estudante? E melhor ainda, fosse a faculdade? , coisa que não fez quando saiu do colegial, seus antigos estereótipos sociais fariam você voltar a velha forma?
Essa é a premissa de “Anjos da Lei 2”, sequência da versão cinematográfica pra popular serie de TV estrelada por Johnny Depp nos anos 80.

Com a dupla Phil Lord e Chris Miller de volta a direção e com o filme novamente estrelado por Jonah Hill e Channing Tatum como os amigos Schimidt e Jenko, a  continuação consegue ser ainda melhor.
Há claramente uma evolução do primeiro filme pra este, o que o torna mais atraente , unido é claro a uma serie de fatores.

Lord e Miller conseguem desenvolver e evoluir o longa de maneira crescente. Os diretores souberam incluir um maior ritmo na narrativa fílmica em uma dose maior do que no primeiro filme. há uma energia, um dinamismo e agilidade em alto nível que foi inexistente no primeiro longa.
Parte desse dinamismo se deve as gags cômicas, é claramente perceptível o quanto os diretores estão mais confortáveis com a temática proposta, sendo capazes de tornar a comicidade do enredo algo mais natural. -As cenas da prisão, da fraternidade e da “viagem psicodélica”de Schmidt e Jenko são bons exemplos disso.

O fato de  Phil Lord e Chris Miller estarem mais confortáveis com “o tempo da comédia”, bem como o tipo de humor do longa permitiu que a dupla executasse uma ótima direção de atores , trazendo mais naturalidade para a narrativa e para própria interpretação de Channing Tatum e Jonah Hill que puderam elevar sua “química” cênica a um nível muito mais elevado , possibilitando um notável desenvolvimento de personagens.

Lord e Miller possuem uma destreza incrível na direção do longa. Não só pelo fato de conferir ritmo e dinamismo ao filme mas sobretudo, pela própria condução da cenas cheias de ritmo, agilidade, a habilidade de desenvolver os plots independentemente tendo a sagacidade de brincar com as gags e com os clichês dos filmes de gênero de forma inteligente.

O trio de roteiristas Oren Uziel, Rodney Rotman e Michael Bacali(que co-escreveu o argumento com Jonah Hill), souberem inserir temáticas importantes da juventude sob a ótica inteligente e leve do humor, tais como: Bullying, diferentes grupos sociais no ambiente acadêmico e o valor da amizade. O próprio fato de existir uma fraternidade no enredo do longa, pode ser encarado como uma metáfora para os ritos de passagem e os estereótipos pelos quais somos tachados na juventude.

Um elemento interessante do roteiro que se manteve nessa sequencia e em níveis mais altos são as menções a cultura pop. Citações a série policial de comédia “Troops” e a o homem- arranha são o ponto alto.

Eu particularmente acho cada vez mais interessante- e valido , os filmes de comédia adolescente abordarem questões do cotidiano dos jovens nas suas entrelinhas, sobretudo por três motivos. Os dilemas pelos quais os jovens passam são universais, o jovem é o principal consumidor desse tipo de comédia, digamos mais liberal e o próprio humor garante uma leveza a temática que é muito bem vinda.

A julgar pelo ótimo filme e pelos créditos finais- eu espero que aquilo não tenha sido uma mera brincadeira- teremos uma continuação, pela qual aguardo ansioso.